Foto Daiane Souza
Dicuada, técnica antiga de fabricação do sabão caseiro. O lenço de chita na cabeça, os traços e as palavras simples de dona Ana de 65 anos, marca a fisionomia de uma tradicional mulher da roça. Embora hoje viva na cidade ela conserva algumas tradições da época em que todos os itens para o seu sustento eram tirados do campo, um deles é o sabão dicuada, como mesmo relata esta simples senhora. "eu morava na fazenda e criei meus filhos tudo lavando roupa com sabão dicuada. Antigamente o povo só usava esse sabão, então eu tô com essa tradição até hoje".
A dicuada é uma técnica antiga que as mulheres do campo usavam para fazer o sabão caseiro. A cinza, proveniente da queima da lenha é levada ao tabuleiro e adicionando água da origem a um líquido que tem a mesma função e substitui a soda caústica na fabricação do produto de limpeza e dona Ana ensina como é: "A dicuada é feito da cinza, você imprensa a cinza, vai pondo água quente primeiro e água fria depois e quando ela pinga mais e põe a manteiga lá na vasilha, põe a dicuada, põe fogo e vai virando sabão".
No tacho e sob o calor do fogo a mistura de gordura e dicuada vai se transformando em sabão. Com o auxilio de um pedaço de madeira, dona Ana mexe sem parar o preparado e espera o ponto certo para bater a pasta e deixar esfriar. Depois é hora de dar forma ao sabão, embolado e envolvido na palha ele está pronto para o consumo.
Hoje dona Ana faz parte do patrimônio histórico cultural do Memorial Serra da Mesa em Uruaçu. A instituição pesquisa e promove o resgate da cultura da região e dona Ana com sua arte de fazer o sabão dicuada foi uma dessas descobertas. Graças ao memorial essa simples senhora mostra aos seus visitantes sabedorias populares que em outra ocasião eles não conseguiriam conhecer.
Texto: Edivania Santos, publicado em http://www.serraazultv.com.br/principal/index.php?pg=noticias
Minha tia fazia este sabão em Belo Horizonte na década de 60. Estou pesquisando, porque quero saber a quantidade de cinzas e a quantidade de água utilizadas (ou a quantidade de dicuada recolhida em relação à quantidade de cinzas). Depois disso, é preciso saber a relação de diquada-gordura para fabricar o sabão, pois minha tinha utilizava gordura de porco (restos de torresmos espremidos no espremedor de batatas) misturada com a dicuada.
ResponderExcluirrespondam para meu e-mail: joseantonio400@hotmail.com - Grato! José Antônio
Zé Antônio, tem um artigo interessante no link abaixo. Não o li completamente, mas poderá obter informações relevantes ao seu interesse: http://www.if.ufrgs.br/ienci/artigos/Artigo_ID241/v15_n2_a2010.pdf
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